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PROFESSOR
Edson Luís Moura Corassi, professor licenciado em Geografia (plena).

Disciplina Específica da Licenciatura:
• Geografia
• Geografia Suplência
• Geografia Geral
• Geografia do Brasil
• Geografia Humana
• Geografia Física
• Geociencias
• Geografia Aplicada
• Geografia Regional
• Geografia Turística
• Geoeconomia
• Geopolítica
• Geografia - Cartografia
• Atualidades em Geografia

Professor de história I, EMC, OSPB.
- Especialista em cursinhos pré-vestibular.

Sagitariano, Cristão, São Paulino,.

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terça-feira, 19 de fevereiro de 2013
A regionalização do espaço mundial.

A regionalização do espaço mundial.
A regionalização do espaço mundial é resultado do processo de Divisão Territorial do Trabalho (DIT) e se modifica com ela, pois este processo se caracteriza por uma reorganização espacial (geográfica) que viabiliza um novo padrão de acumulação capitalista. A divisão social do trabalho tem origem há aproximadamente 5.500 anos, com o aldeamento; essa divisão social foi se ‘aperfeiçoando’ até a ditar às mais diferentes regiões do mundo o que elas devem produzir e/ou consumir. Isso se deu, principalmente, nos dias atuais, porque a lógica da Divisão Territorial do Trabalho é a acumulação de capital; porém as pessoas não acumularam igualmente, originando, assim, as desigualdades que marcam o mundo contemporâneo.
Essa desigualdade combinada se reproduz por meios desiguais como a transferência de processos de trabalho mais banais para os países subdesenvolvidos e retendo para os desenvolvidos os processos de trabalho mais sofisticados, logo, o salário é menor nos países periféricos, acentuado ainda com a presença de preços de monopólio que são praticados pelas empresas altamente concentradas. Esses processos segregam o espaço mundial, criando e acentuando esse processo de divisão territorial do planeta, criando países que produzem pouco, a baixos salários para a população, enquanto outros tem uma estrutura de alta tecnologia, velocidade, etc.
O mapa-mundi sempre sofreu mudanças na sua configuração, mas esse fato sofreu forte acentuação na última década do século XX, principalmente entre os anos 1989 e 1991, devido a mudanças políticas e ideológicas. Hoje as dificuldades para se regionalizar o espaço mundial são enormes.
Antes da Segunda Guerra Mundial havia uma ordem mundial multipolar, representada pelo Reino Unido, França, Alemanha e Estados Unidos, Japão e Rússia. A Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e, especialmente, a Segunda Guerra Mundial foram momentos de desequilíbrio nessa ordem multipolar. As potências europeias e o Japão saíram arrasadas da disputa. Então EUA e União Soviética passaram a dividir o mundo entre si; o mundo ingressou, então, numa ordem bipolar, que durou até 1991.
Hoje a dúvida é: qual a nova ordem mundial? Seria monopolar, com os EUA ‘dominando’ o mundo, ou multipolar, destacando-se, principalmente, o Japão, EUA, Europa, China? Acredito que os EUA vêm dominando o cenário mundial, ditando as “regras do jogo”, sendo auto-suficientes (e talvez acreditando demasiadamente nisso, o que pode trazer alguns problemas, tais como os atentados de 11 de Setembro de 2001). Atualmente os EUA vêm passando por uma séria crise; porém o seu papel de país dominante (e representante máximo do capitalismo) é ressaltado pelo fato de que vários setores e países do mundo sofrem os efeitos dessa crise.
A regionalização do espaço mundial e a nova ordem mundial são assuntos complexos, tendo como exemplo as várias interpretações decorrentes dos fatos que ocorrem atualmente. Surgem dessa situação os conflitos que estouram em várias partes do mundo; a fragilidade cada vez maior das economias dos países subdesenvolvidos; se não o enfraquecimento, pelo menos o desvio de função do Estado-Nação; valorização da problemática ambiental; etc. Concluindo, vemos que muitas são as ‘realidades’, muitas são as diferenças. Uma regionalização que retratasse a realidade seria aquela que não considerasse apenas as questões econômicas, mas também a diversidade cultural, as individualidades de cada nação.

A Nova Ordem Mundial
    N  Nos últimos anos, principalmente de 1989 a 1991, o mapa-múndi político sofreu transformações radicais. Novos estados-nações (países) surgiram e outros desapareceram.
          Como exemplo disso, podemos citar a antiga Alemanha Oriental, hoje uma província da Alemanha reunificada. Ou antiga Tchecoslováquia, hoje em dois novos estados-nações: a República Tcheca e a Eslováquia. Contudo, as mudanças mais surpreendentes aconteceram na Iugoslávia e na União Soviética. A Iugoslávia, além de ter sido dividida em cinco novos países(Croácia, Eslovênia, Bósnia, Macedônia e Iugoslávia), conheceu uma sangrenta guerra civil pela partilha da Bósnia-Herzegóvina. A União Soviética, por sua vez, viu-se obrigada a fragmentar-se em 15 nações independentes.
    Do ponto de vista geopolítico, é possível comparar esse período a um outro do nosso século, quando também aconteceram mudanças profundas no mapa-múndi, por ocasião da segunda guerra mundial. Nesses dois momentos ocorreram não apenas mudanças geopolíticas, mas também uma crise de uma ORDEM MUNDIAL e a emergência de uma outra.
          Antes da segunda guerra mundial havia uma ordem multipolar, ou seja, com base em vários pólos ou centros de poder que disputavam a hegemonia internacional: Inglaterra, ex-grande e exclusiva potência mundial no século XIX, em decadência hegemônica; a França e em especial a Alemanha, grandes concorrentes no continente europeu; os EUA, grande potência da América; o Japão, que se lançava numa aventura imperialista no leste e sudeste asiático; e por fim a imensa Rússia, fortemente militarizada. O final da grande guerra trouxe um novo cenário: as potências europeias estavam arrasadas e consequentemente seus impérios na Ásia e África; o Japão, igualmente arrasado, perdeu as áreas que havia conquistado no extremo oriente(Coréia, Manchúria, partes da Sibéria, etc.). Duas novas potências mundiais – EUA e União Soviética – lotearam o mundo entre si. Foi a época da BIPOLARIDADE, a nova ordem mundial, que durou cerca de 45 anos, desde o final da segunda guerra até meados de 1991.
          O mundo bipolar foi marcado pela eterna disputa entre capitalismo e socialismo, tendo os EUA e a União Soviética de cada lado, respectivamente. Os EUA, líderes político-econômicos do mundo capitalista . A União Soviética, a guardiã e o exemplo a ser seguido no mundo socialista.
          Esse Status que começou a ser mudado com a ascensão do Japão e da Europa Ocidental, que passaram a disputar a supremacia internacional com os EUA, e ao esgotamento do modelo soviético.
 A Regionalização do Espaço Mundial
          Existem inúmeras divisões do espaço geográfico mundial, mas podemos separar duas formas de regionalização mais conhecidas e utilizadas. Uma é a setorização da Terra por critérios naturais, em especial pelos continentes. A outra é a divisão do espaço mundial por critérios sociais ou político-econômicos: o Norte(países ricos e industrializados) e o Sul(países pobres ou subdesenvolvidos).
          A primeira classificação tem como base a geologia, ou seja, o resultado de uma divisão natural operada ao longo do tempo geológico, que separou os continentes.
          A segunda forma de classificar toma como referência a sociedade. É uma divisão do espaço com base em elementos político-econômicos. O homem aqui é visto como agente principal, transformando o seu meio natural.
          De forma simplificada, podemos afirmar que aqueles estudos que têm na Terra(natureza) o seu referencial, fazem parte da chamada geografia tradicional.
          Por outro lado, também simplificando um pouco, podemos dizer que aqueles estudos que referenciam-se na sociedade, enquadram-se na chamada geografia crítica. Trata-se de uma geografia que entende o espaço geográfico como produto da atividade humana.
 Dos Três Mundos à Oposição Norte/Sul
          A regionalização do espaço mundial com base em critérios sociais sempre está ligada ordem internacional que prevalece num certo momento, ao equilíbrio instável dos países e os grupos de países, à disputa (ou cooperação) entre as grandes potências mundiais. Após 1945 o mundo dividiu-se em três "mundos" ou conjuntos de países: o primeiro mundo(países capitalistas desenvolvidos); o segundo mundo (países socialistas ou de economia planificada); e o terceiro mundo (áreas periféricas ou subdesenvolvidas, com frequência marcadas por disputas entre capitalismo e socialismo).
          Para entendermos a regionalização atual, dos anos 90 e início do século XXI, temos que estudar a crise do segundo mundo e como essa crise vem reforçando a oposição entre o Norte e o Sul.
Os Sistemas Socioeconômicos
          Capitalismo e socialismo são dois tipos de sistemas bastante diferentes entre si. Podemos dizer que o capitalismo caracteriza-se por apresentar uma economia de mercado e uma sociedade de classes. O socialismo, por sua vez, basicamente constitui-se por uma economia planificada e uma sociedade teoricamente sem classes.
          A sociedade capitalista é dividida basicamente em duas classes sociais: a burguesia, composta pelos capitalistas, donos dos meios de produção (fábricas, bancos, fazendas, etc.), e o proletariado(urbano e rural), que vive de salários, trabalhando para os donos do capital. No entanto, existem indivíduos que não se enquadram em nenhuma destas classes, como por exemplo os profissionais liberais (advogados com escritório próprio, médicos c/consultório particular, etc.).
          Na economia planificada, o elemento principal do funcionamento do sistema econômico (produção, consumo, investimentos, etc.) é o plano e não o mercado. Nesse sistema os meios de produção são públicos ou estatais, quase não existindo empresas privadas.
   Teoricamente, não deveria haver estratificação social nesse sistema, mas o que se verificou na prática foi o surgimento de uma elite burocrática que dirigia o sistema produtivo, constituindo-se em nova classe dominante.
 O Reforço das disparidades entre o Norte e o Sul
          Com a crise do mundo socialista, aumenta a oposição entre o Norte e o Sul. Isso, porque deixa de haver o conflito LESTE/OESTE, ou seja, entre o socialismo real o capitalismo.
          As duas superpotências das últimas décadas tinham um poderio avassalador e nenhum conflito importante no plano mundial deixava de ter a participação direta ou indireta delas.
          Nessa época, a oposição entre o Norte rico e o Sul pobre nunca transparecia claramente, porque estava sempre abafada pelo conflito LESTE/OESTE.
          O segundo mundo chegou a abranger cerca de 32% da população mundial no início dos anos 80, mas hoje ele praticamente não existe mais. Assim, colocando-se os antigos países socialistas mais pobres ou menos industrializados (China, Mongólia, Camboja, Vietnã, Cuba, etc.) no Sul subdesenvolvido, e os mais industrializados (Rússia, Hungria, Polônia, República Tcheca, etc.) no Norte, temos a oposição entre o Norte desenvolvido, com 23% da população mundial, e o Sul com 71% desse total demográfico. Esta é a principal oposição mundial dos anos 90.
As Disparidades tendem a aumentar
          A oposição entre o Norte e o Sul tem ainda outro motivo para se acentuar: as desigualdades internacionais, que vêm aumentando desde os anos 80 e devem se agravar ainda mais até o início do século XX. O PNB dos ricos sempre tem aumentado, enquanto os de grande parte dos países pobres têm diminuído, especialmente na África. De forma resumida, podemos dizer que isso se deve ao seguinte: enquanto as economias mais avançadas estão atravessando a chamada Revolução técnico-científica, com substituição de força de trabalho desqualificada por máquinas, com a expansão da informática, etc., os países mais pobres só têm duas coisas a oferecer – matérias-primas e mão de obra barata -, e esses elementos perdem valor a cada dia. Somente os países com uma força de trabalho qualificada (resultado de um ótimo sistema educacional) e tecnologia avançada é que possuem condições ideais para o desenvolvimento..
 O Subdesenvolvimento
          De forma sucinta, podemos definir o subdesenvolvimento como uma situação econômico-social caracterizada por dependência econômica e grandes desigualdades sociais.
 Subordinação ou dependência econômica
          Todos os países do Sul ou do terceiro mundo são economicamente dependentes dos países desenvolvidos. Tal dependência manifesta-se de três maneiras:
 I. Endividamento externo – normalmente, todos os países subdesenvolvidos possuem vultosas dívidas para com grandes empresas financeiras internacionais.
 II. Relações comerciais desfavoráveis – geralmente, os países subdesenvolvidos exportam produtos primários (não industrializados), como gêneros agrícolas e minérios. As importações, por sua vez, consistem basicamente de produtos manufaturados, material bélico e produtos de tecnologia avançada (aviões, computadores, etc.). Esta relação comercial revela-se terrivelmente desvantajosa , pois os artigos importados têm valor agregado bem maior do que os exportados, e ainda se valorizam mais rapidamente.
 III. Forte influência de empresas estrangeiras – nos países subdesenvolvidos, boa parte das principais empresas industriais, comerciais, mineradoras e às vezes até agrícolas é de propriedade estrangeira, possuindo a matriz nos países desenvolvidos. São as chamadas multinacionais. Uma grande parcela dos lucros dessas empresas é remetida para suas matrizes, o que provoca descapitalização no terceiro mundo.
 Grandes Desigualdades Sociais
          Em todos os países subdesenvolvidos, a diferença entre ricos e pobres é muito mais acentuada do que nos países desenvolvidos. Por exemplo, na Colômbia, 2,6% da população possui 40% da renda nacional; no Chile, 2% dos proprietários possuem 50% das terras agrícolas. Dessa forma, a população de baixa renda acaba sofrendo de sérios problemas de subnutrição, falta de moradias, atendimento médico-hospitalar inadequado, insuficiência de escolas, etc.
 Como Definir a Nova Ordem? A nova ordem costuma ser definida como multipolar. Isso quer dizer que existem vários pólos ou centros de poder no plano mundial. Hoje temos três grandes potências mundiais de poderio econômico, tecnológico e político-diplomático: EUA, Japão e a União Europeia. Assim, o século XX começou com uma ordem multipolar, passou para a bipolaridade e termina com uma nova multipolaridade. Que diferenças existem entre a multipolaridade deste fim de século e aquela do início?
          A primeira grande diferença é que no início do século havia somente um agente no cenário internacional: o Estado Nacional (como, por exemplo, Inglaterra, Alemanha, etc.) e tudo girava ao redor de suas relações econômicas e político-militares. Já nos dias hodiernos há um relativo enfraquecimento do estado-nação e um fortalecimento de outros agentes internacionais – a ONU, em primeiro lugar, e também as empresas multinacionais e as diversas organizações mundiais (governamentais e não governamentais) que atuam nas áreas ambiental, econômica, cultural, técnica, etc.
          Em segundo lugar, no início do século vivia-se uma situação de pré-guerra: as rivalidades entre potências conduziam inevitavelmente a conflitos bélicos entre si, o que ocorreu efetivamente de 1914 a 1918 e novamente de 1939 a 1945. Hoje isso é extremamente improvável de acontecer, pois no lugar de uma disputa acirrada pela hegemonia mundial, existe uma crescente cooperação , uma interdependência, inclusive com a criação de mercados regionais ou blocos econômicos. Dessa forma, as três grandes potências são ao mesmo tempo rivais e associados, possuem alguns interesses conflitantes e inúmeros outros em comum.
          A ordem mundial era tida como dicotômica ou dualista, ou seja, predominava a oposição entre o bem e o mal, entre o capitalismo e o socialismo. A nova ordem é pluralista, ou seja, possui várias frentes de oposição, como RICOS/POBRES; CRISTÃOS/MUÇULMANOS(ISLÂMICOS); INTERESSES MERCANTIS/CONSCIÊNCIA ECOLÓGICA, etc.



: A gênese geoeconômica do território brasileiro!!

: A gênese geoeconômica do território brasileiro!!
Entender a formação geoeconômica do território brasileiro é um ponto de partida para o desenvolvimento de outros conteúdos da Geografia do Brasil. Tornar claro os processos que levaram à constituição do chamado “arquipélago econômico”, no decorrer da economia colonial brasileira, contribui para que percebam os diversos períodos e características de integração entre as regiões brasileiras ocorridas no século XX e ainda em curso na atualidade. As Geografias históricas e econômicas, sem dúvida, têm muito a oferecer a esse propósito, contribuindo com noções-chave muitas vezes angariadas (obtidas) de outras áreas do conhecimento, mas que tomadas de uma perspectiva geográfica, ajudam a esclarecer a paulatina (vagarosa) organização espacial e a dinâmica dos processos de povoamento e alocação de infraestruturas no território brasileiro de ontem e de hoje.
            Nos mapas “Brasil: a economia e o território no século XVI”, “Brasil: a economia e o território no século XVII”, “Brasil: a economia e o território no século XVIII” e “Brasil: a economia e o território no século XIX” nas páginas 4, 5, 6 e 7 no caderno do aluno, identificamos em relação às atividades econômicas, no território brasileiro, uma organização em “coágulos”, ou seja, em “ilhas” ou “arquipélagos” econômicos, com um traçado das ferrovias concentrado próximo ao litoral e com pouca penetração no interior do território. O funcionamento da economia colonial ocorreu de acordo com a lógica do comércio triangular atlântico, submetida ao monopólio mercantil e controle metropolitano (mais simplificadamente, aos mandos e desmandos de Portugal). No caso do Brasil, isso fez com que, no Período Colonial (de 1500-1534 até 1808-1822), as cidades tenham se concentrado na franja costeira com adensamentos em algumas áreas (como o Saliente Nordestino e os Recôncavos das Baías de Todos os Santos e da Guanabara e em estuários e baixadas costeiras, como é o exemplo da Santista). A mineração de metais e pedras preciosas foi responsável pela interiorização do fato urbano nas Minas Gerais e Goiás; a extração das drogas do sertão (determinadas especiarias, como cacaucanela,baunilhacravocastanha e guaraná, extraídas do chamado sertão brasileiro na época das entradas e das bandeiras), por sua vez, promoveu esporádico assentamento urbano na Bacia Amazônica e no Golfão Maranhense. O avanço do complexo cafeeiro paulista, no século XIX e início do XX, foi o principal motor do processo de interiorização do crescimento urbano, que avançou pelo Planalto Paulista ao longo do traçado das ferrovias, que escoavam o café para o porto de Santos.
              A colonização é uma relação entre uma sociedade que se expande e os lugares onde ocorre essa expansão, configurando uma conquista territorial ou uma adição de território ao patrimônio do colonizador. Exemplo: casos do Brasil e da América espanhola no colonialismo dos séculos XVI ao XIX, e da África e da Ásia no neocolonialismo (séculos XIX e XX). Entretanto, os sentidos da colonização (de exploração e de povoamento) interferem na produção e organização dos espaços geográficos coloniais e na herança na atualidade. A colônia representa a consolidação de domínio territorial, o que implica apropriação de terras, submissão das populações defrontadas e também exploração dos recursos presentes no território colonial. Exemplos: casos do Brasil, da África e da Ásia.
           A conquista e domínio territoriais sintetizam a essência da colônia e podem ser consideradas um traço comum na maioria dos processos coloniais de exploração (envolvendo, inclusive, o uso da violência). No período inicial da colonização, os europeus apropriaram-se de uma natureza e de territórios já humanizados, em maior ou menor grau, por povos que viviam no que viria a ser o atual território brasileiro. Desse modo, é justo afirmar que o “Brasil indígena antecede o Brasil lusitano e o Brasil contemporâneo”.
             A economia colonial não se restringe apenas à economia do período em que o Brasil foi colônia de Portugal, ou seja, até 1822, ano correspondente à nossa independência política formal, mas prolonga-se até praticamente 1860-1870. Isso porque o que caracterizava a economia colonial eram as relações escravagistas de produção que o Brasil manteve até 1888, quando foi promulgada a Lei Áurea. Por esse critério, a implantação do capitalismo no Brasil se deu quando foram introduzidas as relações assalariadas de produção.
            A divisão internacional do trabalho, de modo simplificado, é a divisão do trabalho ou da produção, imposta pelos países colonizadores (metrópoles) às suas colônias, cabendo a estas o fornecimento de produtos primários e a compra de produtos manufaturados e industriais na interdependência econômica estabelecida com aqueles. A acumulação primitiva de capital trata-se do processo de acumulação de riquezas ocorrido na Europa, entre os séculos XVI e XVIII, que possibilitou grandes transformações econômicas ocorridas com a primeira Revolução Industrial (séculos XVIII e XIX).
              Espaços extrovertidos são espaços geográficos produzidos e organizados para atender o mercado externo. Exemplos: espaço da agroindústria da cana-de-açúcar (séculos XVI e XVII), espaço da mineração (séculos XIX e XX), espaço do café (século XIX e XX) etc.;
            O termo “arquipélago econômico” expressa a falta de integração entre as economias regionais que se constituíram como espaços relativamente autônomos de produção e consumo, guardando relações mais estreitas com os mercados externos do que entre si. Vale esclarecer que a expressão se aplica à economia e à configuração geoeconômica do território brasileiro no início do século XX, marcadas pela fragmentação em “ilhas” regionais, em grande parte resultantes da economia colonial.
            A história territorial dos países de passado colonial não somente revela alguns componentes centrais de sua formação, como também traz à tona elementos essenciais para uma melhor compreensão de suas características territoriais contemporâneas. Nessa perspectiva, relações complementares entre os aspectos estudados e o povoamento do litoral, a monopolização do acesso à terra, o poder político das elites locais, os modos de apropriação da natureza e de usos dos recursos naturais etc. tiveram grande importância.