PROFESSOR
Edson Luís Moura Corassi, professor licenciado em Geografia (plena).Disciplina Específica da Licenciatura: • Geografia • Geografia Suplência • Geografia Geral • Geografia do Brasil • Geografia Humana • Geografia Física • Geociencias • Geografia Aplicada • Geografia Regional • Geografia Turística • Geoeconomia • Geopolítica • Geografia - Cartografia • Atualidades em Geografia Professor de história I, EMC, OSPB. - Especialista em cursinhos pré-vestibular. Sagitariano, Cristão, São Paulino,. PESQUISE
INDICAÇÃO DE SITE
Wikipedia - Sua enciclopédia onlineARQUIVO
19/04/2009 - 26/04/2009
26/04/2009 - 03/05/2009 03/05/2009 - 10/05/2009 10/05/2009 - 17/05/2009 24/05/2009 - 31/05/2009 21/06/2009 - 28/06/2009 23/08/2009 - 30/08/2009 06/09/2009 - 13/09/2009 20/09/2009 - 27/09/2009 04/10/2009 - 11/10/2009 25/10/2009 - 01/11/2009 15/11/2009 - 22/11/2009 13/12/2009 - 20/12/2009 17/01/2010 - 24/01/2010 21/02/2010 - 28/02/2010 28/03/2010 - 04/04/2010 30/05/2010 - 06/06/2010 22/08/2010 - 29/08/2010 29/08/2010 - 05/09/2010 03/10/2010 - 10/10/2010 27/02/2011 - 06/03/2011 06/03/2011 - 13/03/2011 13/03/2011 - 20/03/2011 27/03/2011 - 03/04/2011 17/04/2011 - 24/04/2011 06/11/2011 - 13/11/2011 27/11/2011 - 04/12/2011 04/03/2012 - 11/03/2012 08/04/2012 - 15/04/2012 15/04/2012 - 22/04/2012 08/07/2012 - 15/07/2012 12/08/2012 - 19/08/2012 27/01/2013 - 03/02/2013 10/02/2013 - 17/02/2013 17/02/2013 - 24/02/2013 18/08/2013 - 25/08/2013 STATUS
Criado em: 18/03/2009Contador: . Online: pessoas.
|
segunda-feira, 7 de setembro de 2009
A GEOPOLÍTICA DA ÁSIA.
A evolução da Ásia a partir do encerramento da Guerra Fria e do desaparecimento da União Soviética foi rápida e profunda, gerando uma nova realidade ainda não devidamente avaliada. Hoje, é preciso pensá-la num contexto mais amplo, pois nos últimos anos suas diversas regiões constitutivas, que se encontravam compartimentadas, têm se encaminhado para a fusão em um único cenário estratégico. De fato, o continente asiático esteve, neste século, submetido a uma série de divisões, cujas formas e abrangência se alteraram, sem que o problema desaparecesse. A Guerra Fria não fez senão tornar ainda mais herméticas as fronteiras entre as regiões, tais como o anel insular sob controle norte-americano, a massa continental socialista (dividida desde os anos 60 entre a RP da China e a Sibéria e Ásia central soviéticas), o sub-continente indiano influenciado pelo neutralismo, o sudeste asiático em conflito e em disputa, o que também era o caso de outra região asiática, o Oriente Médio. Com o fim da Guerra Fria, vários "muros" asiáticos ruíram. A normalização sino-soviética, realizada durante o Novo Curso diplomático da Perestroika de Gorbachov, aprofundou-se ainda mais com a desintegração da URSS em fins de 1991. Desde então, a cooperação entre a Rússia e a RP da China tem sido intensa nos campos econômico-comercial, tecnológico-militar, diplomático e de segurança. Especialmente importante têm sido as vendas de armamento sofisticado e a transferência de tecnologia avançada no campo aeroespacial e nuclear. Independente das possíveis mudanças que venham a ocorrer na política interna russa, esta cooperação tende a se manter. A queda do "muro sino-soviético", por outro lado, também permitiu a integração progressiva da Sibéria ao dinamismo econômico da Ásia-Pacífico, seja diretamente ao capitalismo oceânico transnacionalizado, seja via cooperação bilateral com o socialismo de mercado chinês. A implantação de um grande número de joint-ventures, envolvendo as mais curiosas parcerias (por exemplo, sino-sul-coreanas), está transformando estruturalmente a geografia econômica da região siberiana e, conseqüentemente, a geopolítica da Ásia. A normalização política que se seguiu aos acordos de paz do Camboja em 1992, por sua vez, terminou com o isolamento da Indochina em relação ao restante do sudeste asiático. Esta nova dimensão diplomático-estratégica, associada ao dinamismo econômico da região, propiciou o acercamento sino-vietnamita e uma crescente cooperação de Beijing com a ANSEA. Embora se ressalte muito na mídia uma tendência ao "expansionismo chinês" na região e exagere-se o litígio das ilhas Spratli, tanto os interesses econômicos como a criação de um diálogo permanente no campo da segurança, têm criado uma situação de crescente cooperação entre a China e o sudeste asiático. Desta forma, não apenas desapareceu o fosso que separava a Indochina da ANSEA, como também se iniciou um crescente relacionamento econômico e político do gigante chinês com toda a área, na qual, anteriormente, o conflito indo chinês contribuía para isolar os atores regionais. Outra região que possuía uma dinâmica própria e uma inserção internacional específica, e que hoje começa a vincular-se ao dinamismo da Ásia Oriental, é o sub-continente indiano. A Índia caracterizava-se por uma industrialização substitutiva e auto-centrada, e era aliada de Moscou no plano estratégico (vale dizer, anti-chinesa), apesar de sua diplomacia neutralista voltada ao não-alinhamento e ao Terceiro Mundo. Tudo isto projetava a Índia mais para o cenário do Oceano Índico do que para o Ásia-Pacífico. O colapso da União Soviética, a ascensão econômica da Ásia Oriental e sudeste, os efeitos da globalização econômica e da Revolução Tecno-científica, a normalização das relações da China com seus vizinhos e as novas ameaças à segurança indiana, levaram Nova Delhi tanto a abrir sua economia, como a concertar algo mais que um simples modus vivendi com a China e a integrar-se ao ciclo de desenvolvimento asiático. Evolução idêntica, mas mais radical, ocorreu com Myanmar, onde a junta militar fomenta a captação de investimentos internacionais e a inserção na economia mundial, enquanto consolida um regime autoritário e busca o apoio da China. Quase simultaneamente, o espaço geopolítico asiático ampliava-se ainda mais com o surgimento de novos Estados, resultantes do desmembramento da URSS. A antiga Ásia Central Soviética, detentora de uma posição estratégica privilegiada e de imensos recursos naturais, entre os quais o petróleo, inicialmente manteve sua dependência em relação à Rússia, nos quadros da Comunidade de Estados Independentes. Mas o rápido declínio econômico, militar e diplomático de Moscou levaram o Cazaquistão (que solicitou sua adesão a ANSEA), Usbequistão, Tadjiquistão, Quirguistão e o Turcomenistão a buscar novas alternativas, inclusive porque as potências médias da região, Irã, Turquia, Arábia Saudita, Paquistão, Índia e China, por razões econômicas, políticas e por determinadas vinculações históricas, étnicas e religiosas, não permaneciam passivas frente ao vácuo de poder criado na região, projetando sua diplomacia em direção a esta área. Assim, além de ampliado, o conjunto asiático tornou-se mais diversificado, com a abertura de uma "nova fronteira" econômica e política. A independência dos países muçulmanos da antiga Ásia Central Soviética, por outro lado, afetou diretamente o Oriente Médio, ampliando seu interland e colocando-o em contato direto com a Ásia. Como foi mencionado anteriormente, potências médias da região, como Turquia, Irã, Arábia Saudita e Paquistão, lutam por estender sua influência à Ásia Central, sendo o interminável conflito afegão um dos pivôs do novo jogo geopolítico. Além disso, a fronteira impermeável que antigamente separava a URSS do Oriente Médio, desapareceu com a formação dos novos Estados. Assim, se por um lado o fator islâmico hoje consegue projetar-se para o interior do território da CEI, por outro, este constitui um caminho de mão dupla, pois também significa a abertura de um corredor de dificílimo controle entre a Rússia industrial e os países árabes e leste-africanos. Hoje, por esta região sensível, definida em fins dos anos 70 por Zbigniew Brzezinski como o Arco das crises, circulam armas convencionais e não-convencionais russas, muitas vezes à margem dos governos. Esta é uma das lógicas da presença americana na região desde a Guerra do Golfo, as quais conferem sentido à intervenção (fracassada) na Somália e o apoio dos Estados Unidos (via Paquistão) aos Talibãs no Afeganistão. Washington busca não apenas ter um acesso direto aos recursos econômicos da Ásia central, como procura evitar que a região torne-se uma espécie de zona de contato entre a Ásia e a Europa. A reabertura da Rota da Seda, antiga ligação terrestre entre a Europa e a Ásia anterior à Era das navegações, é bem mais do que um episódio vinculado ao turismo. Contudo, de momento, o mais importante é que o potencial conflitivo da região e a dimensão de cerco, real ou potencial, que a estratégia norte-americana provoca (sobretudo em relação à China), fazem com que a noção de segurança asiática seja ampliada para a Ásia Central e, através dessa, ao próprio Oriente Médio. Assim, embora essa última região possua vínculos econômicos relativamente modestos com a Ásia, novos problemas têm permitido o estabelecimento de um contato mais sistemático entre os dois cenários, anteriormente distantes. Lentamente, a Ásia política começa a se identificar com a Ásia geográfica e, ainda mais importante, progressivamente esboça-se a noção de Eurásia, analisada adiante. |