PROFESSOR
Edson Luís Moura Corassi, professor licenciado em Geografia (plena).Disciplina Específica da Licenciatura: • Geografia • Geografia Suplência • Geografia Geral • Geografia do Brasil • Geografia Humana • Geografia Física • Geociencias • Geografia Aplicada • Geografia Regional • Geografia Turística • Geoeconomia • Geopolítica • Geografia - Cartografia • Atualidades em Geografia Professor de história I, EMC, OSPB. - Especialista em cursinhos pré-vestibular. Sagitariano, Cristão, São Paulino,. PESQUISE
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sábado, 26 de setembro de 2009
A QUESTÃO BASCA NA ESPANHA.
A questão basca na Espanha
A nação basca apresenta uma característica interessante: seu maior elo encontra-se
em sua língua, a Euskera, que não se identifica com nenhum ramo linguístico indoeuropeu.
Os bascos ocupam a região fronteiriça entre a França e a Espanha, formada pelas
províncias espanholas de Biscaia, Guipúscua, Alava e Navarra e pelas províncias
francesas de Labourd, Baixa Navarre e Soule. Veja o mapa da Figura 5.
Durante a Guerra Civil Espanhola (1936-1939), palco inicial de treinamento ítalogermânico para a Segunda Guerra Mundial, a região basca espanhola foi intensamente
bombardeada, e uma das batalhas mais conhecidas ficou imortalizada no painel
Guernica, de Pablo Picasso, que retrata a violência dos ataques à região.
Guerra Civil Espanhola
O conflito civil que eclodiu na Espanha em 1936 foi resultado de tensões sociais e
políticas que vinham agitando o país desde o início do século XX, opondo, de um lado,
movimentos de esquerda e republicanos, e, de outro, grupos conservadores, alguns deles
de inspiração fascista. O crescimento do anarquismo na Catalunha, nordeste da
Espanha, levou, em 1823, o general Primo de Rivera a liderar um golpe de estado e a
instalar uma ditadura militar no país, apoiada pela monarquia de Afonso XIII em aliança
com a burguesia conservadora, com os latifundiários e o clero tradicional.
As dificuldades econômicas decorrentes da crise de 1929 e a pressão popular ligada à
coalizão formada por empresários republicanos, socialistas, comunistas e anarquistas
enfraqueceram o regime monárquico e, em 1831, a República foi proclamada.
O novo governo realizou uma série de reformas de caráter liberal; porém, essas
reformas não foram suficientes para estancar os conflitos e as tensões sociais e políticas.
As manifestações operárias e camponesas e as greves se generalizaram pelo país, além
de crescer o movimento separatista na região basca e na Catalunha. A crise econômica
impulsionou a organização dos partidos Socialista e Comunista.
Diante desse quadro, as forças sociais e políticas conservadoras uniram-se em torno
da Falange, partido de inspiração nacional-socialista (fascista) fundado em 1931. Os
diversos setores da esquerda, por sua vez, formaram a Frente Popular, coalizão de
republicanos, socialistas, comunistas e liberais-democratas, que conquistou a vitória nas
eleições de 1936.
O governo da Frente Popular retomou a questão da reforma agrária e promoveu
anistia aos presos políticos, além de anunciar a realização de uma reforma educacional.
Os atritos entre as diferentes forças políticas tornaram-se mais aguçados, culminando
no assassinato de um líder conservador em julho de 1936, incidente que serviu de
pretexto para o levante militar liderado pelo general Francisco Franco, que deu início à
Guerra Civil Espanhola.
As forças franquistas ligadas à Falange, apoiadas pelos grandes latifundiários, pela
alta burguesia e pelo clero tradicional, também contavam com a adesão da Itália fascista
e da Alemanha nazista.
Os republicanos da Frente Popular, por sua vez, contavam com o apoio militar da
URSS e das Brigadas Internacionais, formadas por voluntários de vários países que
foram à Espanha lutar em defesa da República, contra a ameaça fascista.
Várias cidades espanholas foram bombardeadas com armamentos alemães, como a
aldeia basca Guernica, em operações de teste de táticas militares nazistas.
Com a tomada de Madri em 1939, a Falange derrotou as forças republicanas,
implantando a ditadura do general Francisco Franco, que governou a Espanha até 1975.
A Guerra Civil Espanhola foi uma luta sangrenta, que causou aproximadamente 600
mil mortes, sendo considerada um ensaio preparatório para a Segunda Guerra Mundial.
Em 1939, com a vitória da Falange na guerra civil, o general Francisco Franco
assumiu o governo da Espanha e impôs sua tirania sobre as províncias bascas.
Em 1959, surgiu a ETA — Euskadi Ta Askatasuna —, que significa “Pátria Basca e
Liberdade”, movimento que buscava, a princípio, resgatar as tradições bascas,
conservando a sua língua, os seus usos e costumes. Porém, a forte repressão franquista,
que proibiu o uso da Euskera e da bandeira basca, provocou a ação armada
desencadeada a partir de 1966.
Com a morte de Francisco Franco, em 1975, a Espanha adotou a monarquia
parlamentarista. Juan Carlos de Bourbon assumiu o trono, e Adolfo Suarez foi eleito
primeiro-ministro. Todos os partidos políticos foram legalizados, e uma nova
Constituição começou a ser elaborada. Na região basca destacam-se os seguintes
partidos: PNV (Partido Nacionalista Basco), o Herri Batasuna (representante da ETA) e
o Eukadino Ezkerra (partido de esquerda que não aceita a luta armada).
Durante o governo de Adolfo Suarez foi assinado o Tratado de Moncloa e formou-se
uma coalizão de partidos para tirar a Espanha da longa crise econômica em que se
encontrava. Em 1978, o rei Juan Carlos promulgou a Constituição, na qual se concedeu
maior autonomia às províncias da Catalunha e da Andaluzia e ao próprio País Basco. A
maior parte da população basca passou então a rechaçar a luta armada defendida pela
ETA, pois estava satisfeita com a liberdade étnica conquistada. Além disso, no final da
década de 1990, influenciada pelo acordo de paz na Irlanda do Norte, começou a apoiar
os partidos políticos desvinculados da luta armada e a isolar cada vez mais a ala
militarizada da ETA, que, sem a sustentação popular, declarou oficialmente o cessarfogo
em novembro de 1999. É importante salientar que, apesar disso e de não encontrar
apoio para sua atuação armada, a ala mais radical do movimento não assumiu
inteiramente o cessar-fogo, de modo que a possibilidade de novos conflitos ainda nãoestá descartada, como os ocorridos no ano de 2002.
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