PROFESSOR
Edson Luís Moura Corassi, professor licenciado em Geografia (plena).Disciplina Específica da Licenciatura: • Geografia • Geografia Suplência • Geografia Geral • Geografia do Brasil • Geografia Humana • Geografia Física • Geociencias • Geografia Aplicada • Geografia Regional • Geografia Turística • Geoeconomia • Geopolítica • Geografia - Cartografia • Atualidades em Geografia Professor de história I, EMC, OSPB. - Especialista em cursinhos pré-vestibular. Sagitariano, Cristão, São Paulino,. PESQUISE
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quinta-feira, 31 de março de 2011
URBANIZAÇÃO. (TERCEIRO ANO)
URBANIZAÇÃO, GLOBALIZAÇÃO E CONSEQUÊNCIAS SOCIAIS E AMBIENTAIS. Ao longo da história, a urbanização ocorreu de forma crescente. Lugarejos se transformaram em pequenas cidades, cidades pequenas em médias e grandes cidades, e estas em megalópoles. Este processo deu-se diferentemente nos vários continentes e países. Logicamente, os países que se desenvolveram primeiramente também foram pioneiros em ostentarem grandes cidades e megalópoles. Outras regiões do mundo, e outros países, seguem atualmente este mesmo processo, movidos por um impulso irresistível de crescimento a todo custo. A história da humanidade mostra que as cidades formaram-se para facilitarem o comércio e, atualmente, grande parte das indústrias. Além disso, são grandes centros de convivência humana, de serviços e administrações. Estas características da forma estrutural da convivência humana---a cidade---inelutavelmente requerem a apropriação de grandes espaços geográficos, diretos e indiretos. A concentração urbana, representada por um modelo de formação e crescimento de cidades sem planejamento, muito contribuiu para o aumento dos problemas sociais hoje observados nas grandes cidades. Desníveis extremos entre ricos e pobres, favelas, cortiços, delinqüência e criminalidade são algumas conseqüências sociais negativas advindas das densificações urbanas; das injustiças sociais inerentes ao ser humano; da falta de uma política governamental que se preocupe verdadeiramente com a distribuição da renda, com a saúde e a educação; e da desordenada atuação das instituições religiosas e filosóficas em transmitir conceitos comportamentais adequados à harmoniosa convivência social. Estas conseqüências negativas se fazem presentes há muitos anos e as tendências de crescimento apontam para sua maior intensificação. Portanto, só existe um caminho capaz de impedir a derrocada da civilização: a imprescindível e urgente descentralização das aglomerações humanas. Concomitantemente, as formas de produção também terão de ser descentralizadas. Novos princípios e valores precisam ser disseminados de maneira a inculcar nas pessoas, especialmente nas populações das cidades, a premente necessidade de mudarem seus costumes e estilos de vida. São muitos os costumes a serem mudados, porém um deles se destaca: o consumo de alimentos deve transitar, prioritariamente, para aqueles produzidos por árvores, arbustos e plantas permanentes. Políticas públicas devem priorizar e facilitar a volta do homem ao campo. Tecnologias devem focar a geração de meios que possibilitem a produção descentralizada e ecológica, livre das extensas monoculturas. Famílias e grupos sociais devem ser apoiados e estimulados à auto-produção. Descentralização e auto-suficiência são as palavras-chave para viabilizarem um futuro harmonioso na convivência das sociedades humanas com o meio ambiente e a vida no planeta terra. URBANIZAÇÃO DO ESPAÇO MUNDIAL E BRASILEIRO A urbanização deve ser entendida como um processo que resulta em especial da transferência de pessoas do campo para a cidade, ou seja, crescimento da população urbana em decorrência do êxodo rural. Um espaço pode ser considerado urbanizado, a partir do momento em que o percentual de população urbana for superior a rural. Sendo assim, podemos dizer que hoje o espaço mundial é predominantemente urbano. Mas isso não foi sempre assim, durante muito tempo à população rural foi superior a urbana, essa mudança se deve em especial, ao processo de industrialização iniciado no século XVIII, que impulsionou o êxodo rural nos locais em que se deu, primeiramente na Inglaterra, que foi o primeiro pais a se industrializar, e depois se expandiu para outros países, como os EUA, França, Alemanha, etc., a maioria desses países hoje já são urbanizados. Nos países subdesenvolvidos de industrialização tardia, esse processo só começou no século XX, em especial a partir da 2ª Guerra Mundial, e tem se dado até hoje de forma muito acelerada, o que tem se configurado como uma urbanização anômala trazendo uma série de conseqüências indesejadas para o espaço urbano desses países. Atualmente até mesmo os países de industrialização inexpressiva vivem um intenso movimento de urbanização, é o que ocorre em países africanos como a Nigéria. FATORES QUE CONTRIBUEM COM O ÊXODO RURAL Existem dois tipos de fatores que contribuem com o êxodo rural, são eles: a) Repulsivos: são aqueles que expulsam o homem do campo, como a concentração de terras, mecanização da lavoura e a falta de apoio governamental. b) Atrativos: são aqueles que atraem o homem do campo para as cidades, como a expectativa de emprego, melhores condições de saúde, educação, etc. Em países subdesenvolvidos como o Brasil, os fatores repulsivos costumam predominar sobre os atrativos, fazendo com que milhares de trabalhadores rurais tenham que deixar o campo em direção das cidades, o que em geral contribui com o aumento dos problemas urbanos na medida em que a cidade não tem estrutura suficiente para receber esses trabalhadores, com isso proliferam-se as favelas, aumenta a violência, faltam empregos, dentre outros problemas. DIFERENÇAS NO PROCESSO DE URBANIZAÇÃO Existem diferenças fundamentais no processo de urbanização de países desenvolvidos e subdesenvolvidos, abaixo estão relacionadas algumas delas: a) Desenvolvidos: Urbanização mais antiga ligada em geral a primeiras e Segundas revoluções industriais; Urbanização mais lenta e num período de tempo mais longo, o que possibilitou ao espaço urbano se estruturar melhor; Formação de uma rede urbana mais densa e interligada. b) Subdesenvolvidos: Urbanização mais recente, em especial após a 2ª Guerra mundial; Urbanização acelerada e direcionada em muitos momentos para um número reduzido de cidades, o que gerou em alguns países a chamada; macrocefalia urbana"; Existência de uma rede urbana bastante rarefeita e incompleta na maioria dos países. Obs. Nas metrópoles dos países desenvolvidos os problemas urbanos como violência, transito caótico, etc., também estão presentes. AGLOMERAÇÕES URBANAS A expansão da urbanização gerou o aparecimento de várias modalidades de aglomerações urbanas, além de termos que cada vez mais fazem parte de nosso cotidiano, abaixo definiremos algumas dessas modalidades e termos: a) Rede urbana: Segundo Moreira e Sene (2002), "a rede urbana é formada pelo sistema de cidades, no território de cada país, interligadas umas as outras através dos sistemas de transportes e de comunicações, pelos quais fluem pessoas, mercadorias, informações, etc." Nos países desenvolvidos devido a maior complexidade da economia a rede urbana é mais densa. b) Hierarquia urbana: Corresponde a influência que exercem as cidades maiores sobre as menores. O IBGE identifica no Brasil a seguinte hierarquia urbana: metrópole nacional, metrópole regional, centro submetropolitano, capital regional e centros locais. c) Conurbação: Corresponde ao encontro ou junção entre duas ou mais cidades em virtude de seu crescimento horizontal. Em geral esse processo dá origem a formação de regiões metropolitanas. d) Metrópole: Segundo Coelho e Terra (2001), metrópole seria à cidade principal ou cidade-mãe, isto é, a cidade que possui os melhores equipamentos urbanos do país (metrópole nacional), ou de uma grande região do país (metrópole regional)". No Brasil cidades como São Paulo e Rio de Janeiro são metrópoles nacionais, e Belém, Manaus, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Salvador, Recife e Fortaleza são metrópoles regionais. e) Região metropolitana: Corresponde ao conjunto de municípios conurbados a uma metrópole e que desfrutam de infra-estrutura e serviços em comum. f) Megalópole: Corresponde a conurbação entre duas ou mais metrópoles ou regiões metropolitanas. As principais megalópoles do mundo encontram-se em países desenvolvidos como é o caso da Boswash, localizada no nordeste dos EUA, e que tem como principal cidade Nova Iorque; San, localizada na costa oeste dos EUA, tendo como principal cidade Los Angeles; Chippits, localizada nos grandes lagos nos EUA; Tokaido, localizada no Japão; e a megalópole européia que inclui áreas de vários países. No Brasil temos a megalópole Rio-São Paulo, localizada no sudeste brasileiro, no vale do Paraíba, incluindo municípios da região metropolitana das duas grandes cidades, o elo de ligação dessa megalópole é a Via Dutra, estrada que interliga as duas cidades principais. g) Megacidade: Corresponde ao centro urbano com mais de dez milhões de habitantes. Hoje em torno de 21 cidades do mundo podem ser consideradas megacidades, dessas 17 estão em países subdesenvolvidos. No Brasil São Paulo e Rio de Janeiro estão nessa categoria. h) Técnopolo: Corresponde a uma cidade tecnológica, ou seja, locais onde se desenvolvem pesquisas de ponta. Como exemplo temos o Vale do Silício na costa oeste dos EUA; Tsukuba, cidade japonesa, dentre outras. No Brasil, temos alguns técnopolos localizados em especial no estado de São Paulo, como Campinas (UNICAMP), São Carlos (UFSCAR), e a própria capital (USP, etc.). i) Cidade global: são as cidades que polarizam o país todo e servem de elo de ligação entre o país e o resto do mundo, possuem o melhor equipamento urbano do país, além de concentrarem as sedes das instituições que controlam as redes mundiais, como bolsas de valores, corporações bancárias e industriais, companhias de comércio exterior, empresas de serviços financeiros, agências públicas internacionais. As cidades mundiais estão mais associadas ao mercado mundial do que a economia nacional. j) Desmetropolização: Processo recente associado à diminuição dos fluxos migratórios em direção das metrópoles. Esse processo se deve em especial a chamada desconcentração produtiva, que faz com que empresas em especial industrias, se retirem dos grandes centros onde os custos de produção são maiores, e se dirijam para cidades de porte médio e pequeno, onde é mais barato produzir, em função de vários fatores como, por exemplo, os incentivos fiscais. Hoje no Brasil cidades como Rio de Janeiro ou São Paulo não são mais aquelas que recebem os maiores fluxos de migrantes, mas sim regiões como interior paulista, o sul do país ou até mesmo o nordeste brasileiro. k) Verticalização: Processo de crescimento urbano que se manifesta através da proliferação de edifícios. A verticalização demonstra valorização do solo urbano, ou seja, quanto mais verticalizado, mais valorizado. l) Especulação imobiliária: Os especuladores imobiliários são aqueles proprietários de terrenos baldios no espaço urbano que deixam estes espaços desocupados a espera de valorização. Uma das conseqüências da especulação é a falta de moradias em locais mais bem localizados, fazendo com que as populações de mais baixa renda tenham que viver em áreas distantes do centro (crescimento horizontal), ou em favelas. m) Condomínios de luxo e favelas: os dois estão aqui juntos, pois são fruto da segregação social e econômica que se vive nas cidades, sendo eles o reflexo espacial dessas. Os condomínios são áreas fechadas muito protegidas e bem estruturadas, onde em geral mora a elite; as favelas são áreas sem infra-estrutura adequada e com graves problemas como o tráfico de drogas, onde grande parte da população está desempregada, e a maioria dela é pobre. TIPOS DE CIDADES As cidades podem ser classificadas da seguinte forma: a) Quanto ao sítio: sítio urbano refere-se ao local no qual está superposta a cidade, sendo assim a classificação quanto ao sítio leva em consideração a questão topográfica. Como exemplo temos: cidades onde o sítio é uma planície, um planalto, uma montanha, etc. b) Quanto à situação: situação urbana corresponde à posição que ocupa a cidade em relação aos fatores geográficos. Como exemplo temos: cidades fluviais, marítimas, entre o litoral e o interior, etc. c) Quanto à função: função corresponde à atividade principal desenvolvida na cidade. Como exemplo temos: cidades industriais, comerciais, turísticas, portuárias, etc. d) Quanto à origem: pode ser classificada de duas formas: planejada e espontânea. Como exemplo temos: Brasília, cidade planejada e Belém, cidade espontânea. Porém, uma região metropolitana não precisa ser obrigatoriamente formada por uma única área contígua urbanizada, podendo designar uma região com duas ou mais áreas urbanizadas intercaladas com áreas rurais, ou seja, os limites entre as cidades ainda são visíveis, mas nesse caso são regiões metropolitanas menores que não possuem nem muitas vezes uma metrópole, mas uma cidade central. Um exemplo sobre esse caso, é Joinville, que possui apenas cerca de 492.000 habitantes, menos da metade do que é necessário para se tornar uma metrópole, apesar de sua região metropolitana possuir 1.024.212. O necessário é que as cidades que formam uma região metropolitana possuam um alto grau de integração entre si, tanto na economia, política ou cultura. Uma região formada por diversas regiões metropolitanas localizadas próximas entre si, são por vezes chamadas de megalópole, ou seja, a conurbação de duas ou mais metrópoles. Atualmente, as regiões mais populosas do mundo, que possuem até 30 milhões de habitantes, incluem Tóquio, Cidade do México, Seul, Nova Iorque e São Paulo. |