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Edson Luís Moura Corassi, professor licenciado em Geografia (plena).Disciplina Específica da Licenciatura: • Geografia • Geografia Suplência • Geografia Geral • Geografia do Brasil • Geografia Humana • Geografia Física • Geociencias • Geografia Aplicada • Geografia Regional • Geografia Turística • Geoeconomia • Geopolítica • Geografia - Cartografia • Atualidades em Geografia Professor de história I, EMC, OSPB. - Especialista em cursinhos pré-vestibular. Sagitariano, Cristão, São Paulino,. PESQUISE
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domingo, 6 de novembro de 2011
Geopolítica - Nasce uma Nova Ordem Mundial: Os Bric.
Geopolítica_Nasce uma Nova Ordem Mundial:Os Bric
Reunidos na Rússia, os líderes dos quatro grandes emergentes formalizam uma união que pode lhes dar ainda mais peso no cenário global
LULA encontrará na Rússia o presidente local, DMITRI MEDVEDEV, o líder indiano MANMOHAN SINGH e seu colega chinês HU JINTAO: a primeira reunião formal do grupo preocupa o governo dos Estados Unidos
Quando se reunirem nesta terça-feira em Ekaterimburgo pequena cidade dos Montes Urais onde foi executado o último czar russo, os líderes do Brasil, da Rússia, Índia e China devem finalmente dar corpo ao acrônimo criado em 2001 pelo economista Jim O’Neill.
Num relatório da Goldman Sachs, ele afirmou que este grupo, batizado de BRIC, lideraria a economia mundial em 2020. Nestes oito anos, O’Neill atualizou a previsão várias vezes, mas manteve o tom otimista.
A crise internacional, que atingiu com mais força os países desenvolvidos, ajudou os emergentes ao lhes dar não apenas uma nova voz, mas ao torná-los fundamentais para manter a economia rodando num momento em que o PIB mundial deve encolher 1,3%, de acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
É com este espírito que Luiz Inácio Lula da Silva, Dmitri Medvedev, Manmohan Singh e Hu Jintao se encontram para tentar aproximar posições a partir dos temas definidos na primeira reunião de cúpula do G-20 em novembro do ano passado, no auge da crise. Eles querem a reforma do sistema financeiro e um reposicionamento do papel dos países emergentes na ordem econômica mundial. Querem maior participação em organismos como o próprio FMI e regras mais rígidas para as finanças mundiais.
Têm, como argumento, um peso político e econômico nada desprezível: o BRIC representa 41% da população do planeta, 28% da superfície da Terra e 16% do PIB mundial. De acordo com a projeção do Fundo, os países desenvolvidos terão uma retração de 3,8% este ano, enquanto os emergentes devem crescer em média 1,6%, puxados pela alta ainda acelerada da China, de 6,5%, e da Índia, de 4,5%.
O Brasil, com crescimento menor, e a Rússia, com queda de 6%, são donos de recursos naturais – combustíveis fósseis no caso russo e petróleo, minérios, biocombustíveis e alimentos no caso brasileiro – que os tornam parceiros estratégicos justamente para os países com crescimento acelerado.O desafio da reunião de Ekaterimburgo é dar unidade a um grupo com grande diversidade e pouco em comum, além do tamanho.
“O Bric vem ganhando surpreendente densidade e na minha opinião ele se revelará mais importante do que G-20 e o G-8, que misturam países de dimensões e interesses diferentes”, disse à o ministro Roberto Mangabeira Unger, da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência.
“O Bric passará a ter densidade à medida que tiverem um projeto comum. No momento eles estão num nível intermediário entre ter apenas preocupações comuns e ter um projeto comum”, afirmou Mangabeira, que há duas semanas participou em Moscou de uma reunião preparatória da cúpula presidencial.
Esta é a primeira reunião agendada especificamente para discutir os temas da agenda comum, mas os quatro líderes já se encontraram no ano passado, quando participavam da reunião do G-8, no Japão. Para o presidente Lula, a crise é uma oportunidade de mostrar que os países em desenvolvimento merecem um papel mais destacado na definição das regras do sistema financeiro, do comércio e da segurança mundial, já que serão importantes para a retomada do crescimento. “O que a crise fez foi tornar esses países mais evidentes, porque alguns deles estão enfrentando a crise melhor do que as velhas economias mundiais”, afirma Francisco Carlos Teixeira da Silva, professor de relações internacionais da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Para ele, embora o grupo não tenha uma institucionalidade, sua existência já indica uma desconcentração do poder dos Estados Unidos.
O questionamento do dólar como moeda de reserva internacional é um dos assuntos da reunião. O presidente russo deve propor a criação de uma nova moeda escritural.
Em março, o presidente do Banco central chinês, Zhou Xiaochuan, sugeriu a utilização de um mecanismo semelhante ao direito especial de saque do FMI como uma alternativa ao dólar, mas a discussão não avançou.
Com mais de US$ 760 bilhões em papéis do Tesouro americano, a China vive o dilema de preservar o valor do dólar ao mesmo tempo em que tenta mostrar força.
Enquanto a ideia não chega ao papel, os quatro países reforçaram suas reservas em dólar no mês passado, aproveitando a desvalorização da moeda americana. Juntos, compraram US$ 60 bilhões justamente para evitar uma queda mais acentuada de suas moedas nacionais e a perda da competitividade internacional.
Ainda assim, em maio o real se valorizou 11,2%, o rublo ganhou 6,9% e a rúpia subiu 6,4% em relação ao dólar. O yuan chinês só não seguiu o mesmo caminho porque o governo segurou a cotação para evitar uma queda ainda maior das exportações com a crise internacional.Uma das preocupações do Brasil, porém, é deixar claro que a união dos quatro não é um contraponto aos americanos.
Mangabeira diz que sentiu, em sua última viagem a Washington, a cautela dos americanos com a associação.
“Há uma clara preocupação. E é natural, porque são os quatro maiores países emergentes do mundo”, diz ele. Na agenda dos chefes de Estado ainda estão outros temas de interesse do Brasil, como as mudanças climáticas e os biocombustíveis.
Os três países têm interesse na tecnologia brasileira de produção de etanol e biodiesel, embora a Rússia ainda se alinhe, como grande exportador, na defesa dos interesses da indústria de petróleo.
A China, que já fez um acordo de fornecimento de longo prazo com a Petrobras, manifestou interesse em investir na produção de biocombustíveis na África. Não são as discordâncias pontuais nem os vários pontos em comum que marcarão, no entanto, a inédita reunião na Rússia. O que deve sair de lá é a certeza de que, quando falam juntos, o Bric não pode ser ignorado por ninguém.
Copiado do Blog INTERESSE NACIONAL, do amigo Thiago Pires, que está em Minhas Notícias e em Meus Favoritos. |